Dois caminhos para se pensar a arte em Sartre: a beleza entre a retração e a expansão

Autores

  • Vinicius Xavier Hoste

Resumo

Tanto em um ensaio que escreve sobre o pintor André Masson — “Masson” — quanto em sua biografia existencial sobre Jean Genet — Saint Genet: comédien et martyr —, Sartre alude a uma distinção entre dois “tipos de unificação” operadas pela criação artística, dois tipos de inspiração, de imaginação estética: uma retraída e a outra expansiva. O artista retraído é aquele que busca domar seus elementos, de sorte que o intento dessa criação não é o de iluminar o caráter absurdo da existência, mas de atenuá-lo. De modo oposto, na criação expansiva o artista tenta encarnar nas obras, através da força da diversidade, “uma unidade explosiva”, de maneira que não busca uma unificação do real através da obra, pois o que mais lhe interessa na realidade é justamente sua absurdidade. Partindo dessas duas perspectivas, pretendemos mostrar aqui como cada uma dessas intenções criativas se desdobram, além de destacar que, apesar dessa definição bem clara proposta pelo filósofo francês, na prática uma obra nunca é totalmente retraída ou expansiva, já que geralmente acaba transitando entre esses dois caminhos.

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Publicado

2024-12-19