Poesia e luce: Pasolini e o devir

Autores

  • Vladimir Lacerda Santafé

Resumo

Em nosso artigo, seguimos a trilha de Didi-Huberman em sua busca secreta pelos vaga-lumes de Pasolini, atravessando os infernos e os apocalipses do cineasta e poeta italiano, no sentido de explorar a política menor contida em seus lucciole, lampejos na noite sobre as luce dos fascismos, passados e presentes. Desdobramos suas questões ressoando os ecos pasolinianos sobre a questão da técnica e suas implicações na sociedade atual, capitalista e tecnológica, desvelando as marcas por detrás do espetáculo de luzes que os projetores precipitam sobre os corpos atomizados assaltados pelos dispositivos de controle que nos cercam, assim como as linhas de fuga ou fissuras que nos restam ou sobraram, fortalecidas pelos laços da cultura popular e suas raízes na terra como um limite de seus próprios desejos, apesar dos escombros provocados pelo maquinismo midiático. Não a “comunidade que vem”, mas a “comunidade que resta”, nos diz Didi-Huberman, as imagens ressurgentes enquanto política da resistência dos povos-vaga-lumes e não a imagem que fica. Ao final, com Deleuze, delimitamos esses possíveis e as potencialidades do singular na contemporaneidade, tal como do devir enquanto carne de nossa época, retomando o tempo como precursor da vida e abertura para o mundo, ao esculpir a matéria e suas metamorfoses.

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Publicado

2024-12-19