Descritivismo metalinguístico e teoria da nomeação em Russell

Autores

  • Josailton Fernandes Mendonça Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Resumo

A teoria semântica dos nomes próprios de Russell, apesar de ser uma extensão de sua bem estabelecida teoria das descrições definidas, é notadamente imprecisa e confusa. Russell, em suas obras de filosofia da linguagem, epistemologia e filosofia da matemática, adota diferentes teses acerca do significado dos nomes próprios. Ressalta-se na literatura a tese segundo a qual nomes próprios comuns abreviam descrições definidas. Apesar dessa tese encontrar apoio em sua epistemologia, posteriormente ao seu famoso artigo On Denoting Russell parece ter dificuldade em adotá-la em sua análise do comportamento semântico dos nomes próprios. Neste contexto, examino a sua teoria da nomeação, com ênfase na tese de que nomes próprios são abreviações de descrições definidas, aponto os limites dessa concepção e sugiro duas interpretações para essa tese: (i) uma interpretação cognitivo-psicológica: o falante tem uma disposição de associar ao nome a descrição definida com a qual ele tenciona singularizar o objeto; (ii) uma interpretação semântica: um nome N está semanticamente associado a uma descrição metalinguística, “O portador de ‘N’”, a qual unifica todos os possíveis usos específicos de N.

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Biografia do Autor

Josailton Fernandes Mendonça, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN

Professor adjunto III do Departamento de Filosofia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte -UERN. Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Ceára-UFC (2014) onde defendeu a tese "A Semântica dos Nomes Próprios: Descritivismo Metalinguístico e Designação Rígida". Atualmente desenvolve o seguinte projeto de pesquisa financiado pelo CnPq: Kripke e a referência aos não existentes: um exame crítico.

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Publicado

2016-01-01

Edição

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Artigos