Itinerarium Mentis in Veritatem: o método enquanto reforma do intelecto em Descartes e Spinoza

Auteurs-es

  • Frederico Duarte Pires de Sousa Universidade Federal de Goiás (UFG)

Résumé

A presente reflexão parte com o intuito deconsiderar, embora sem esgotar, um elemento em comum que pode ser encontrado no pensamento de Descartes e no de Spinoza, tal elemento é, a saber, o papel que o método cumpre enquanto sendo uma “reforma” do uso da razão. O método,tanto aquele exposto no Discurso do Método(1631), quanto aquele doTratado da Reforma do Intelecto (1677), seria, assim,uma ferramenta e ao mesmo tempo uma prática, seja para se superar os preconceitos advindos de uma tradição objeto de crítica, seja para se direcionar a verdade. Uma vez assim compreendidos o método cartesiano e o método spinozano, poderemos, em certa medida, situá-los em relação à Reforma Intelectual do século XVII, raiz da Revolução Científica de que nos fala Alexandre Koyré. 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur-e

Frederico Duarte Pires de Sousa, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Doutorando em Filosofia pela UFG. Possui graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Goiás (2012) e mestrado em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás (2015). Foi pesquisador-bolsista financiado pela FAPEG na Universidade Federal de Goiás (2015-2016). Bacharelando e Doutorando em Filosofia (2017) pela mesma Universidade. Tem como foco de interesse o pensamento e a leitura de Alexandre Koyré sobre a história e a filosofia do pensamento científico e filosófico. Possui interesse também no pensamento de René Descartes e em Filosofia Moderna no período da Revolução científica dos séculos XVI e XVII.

Références

ARISTÓTELES. Metafísica. Edição de Giovanni Reale. Vol. II: texto grego e tradução. Trad. Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

CHAUÍ, M. Espinosa: uma filosofia da liberdade. São Paulo: Moderna, 2001.

CUNHA, N.; GUINSBURG, J. Cronologia política e principais fatos biográficos de Spinoza. In: SPINOZA, Baruch. Obra Completa, v.1. Trad. J. Guinsburg e N. Cunha. Org. Roberto Romano. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 13-17.

DESCARTES, R. [1637] Discurso do Método para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. In: Descartes: Obras escolhidas. Org. e trad. Guinsburg et. al. São Paulo: Perspectiva, 2010. pp. 59-121.

_________. [1637] Discours de La Méthode. Introduction et notes par Étienne Gilson. Paris: Libraire Philosophique J. Vrin, 1970.

_________. [1637] Discurso do Método. Introdução, análise e notas por Étienne Gilson. Trad. Maria Ermantina Galvão et al. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

_________. [1641] Meditações Metafísicas. Introdução e notas por Homero Santiago. Trad. Maria Ermantina Galvão. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

__________. [1644] Princípios da Filosofia. In: DESCARTES, R. Discurso sobre o método e Princípios da Filosofia. Trad. Noberto de Paula Lima e Torrieri Guimarães. São Paulo: Folha de São Paulo, 2010. pp. 55-110.

FORLIN, E. A teoria cartesiana da verdade. São Paulo: Associação Editorial Humanista/FAPESP, 2005.

HELLMAN, H. Grandes Debates da Ciência. São Paulo: Unesp, 1999.

KOYRÉ, Alexandre. [1949] A contribuição científica da renascença. In: KOYRÉ, Alexandre. Estudos de História do Pensamento Científico. Trad. Márcio Ramalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. pp.43-53.

___________. [1956] As origens da ciência moderna: uma nova interpretação. In: KOYRÉ, Alexandre. Estudos de História do Pensamento Científico. Trad. Márcio Ramalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011a. pp.55-81.

__________.[1938] Estudios Galileanos. Madrid: Siglo XXI, 1980.

__________.[1943] Galileu e Platão. In: KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento Científico. Trad. Márcio Ramalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. pp. 165-196.

_________. Galileu and Plato in: Journal of the History of Ideas. Vol. 4, No. 4. Pennsylvania: University of Pennsylvania Press, 1943. p.400-428. Disponível em: <http://dafix.uark.edu/~danielk/History/Texts/Koyre.pdf>. Acesso em: Jan. 2017.

_________. [1961] Perspectivas da história das ciências. In: KOYRÉ, A. Estudos de História do Pensamento Científico. Trad. Márcio Ramalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. p. 415-425.

MARICONDA, P. Introdução: o diálogo e a condenação. In: GALILEI, G. Diálogo sobre os dois máximos sistemas do mundo ptolomaico e copernicano. Tradução, introdução e Notas de Pablo Rubén Mariconda. São Paula: Editora 34, 2011. p. 15-76.

REZENDE, C. N. de. A Ira, o trovão e o círculo: aspectos aristotélicos da definição explicativa da essência no De Emendatione de Espinosa. In: Analytica (UFRJ), v. 16, p. 85-118, 2012. Disponível em:

<https://revistas.ufrj.br/index.php/analytica/article/viewFile/812/753> Acesso em: Jan. 2017.

ROMANO, A. El estatuto de las matemáticas hacia 1600. In: Los orígenes de la Ciencia Moderna: Actas Alis XI y XII, Seminario “OROTAVA” Historia de la ciencia. Canarias: Consejería de educación, cultura y deportes del gobierno de Canarias, 2004. 277 – 308.

SASAKI, C. Descartes’s mathematical thought. Boston Studies in the Philosophy of Science 237. Dordrecht and Boston: Kluwer Academic Publishers, 2003

SCHÖTTLER, T. From causes to relations: the emergence of a non-aristotelian concept of geometrical proof out of the Quaestio de Certitudine Mathematicarum. Society and Politics Vol. 6, No. 2 (12)/November 2012.

SPINOZA, B. [1675]. Ética. Trad. Grupo de Estudos Espinosanos. Coord. Marilena Chaui. São Paulo: Edusp, 2015.

________. [1677] Tratado da Correção do Intelecto. In: SPINOZA, B. Obra Completa, v.1. Trad. J. Guinsburg e N. Cunha. Org. Roberto Romano. São Paulo: Perspectiva, 2014. p. 321-365.

Téléchargements

Publié-e

2018-12-23

Numéro

Rubrique

Articles