O mistério da vida e o mistério do ser em Heidegger e Agamben
Resumo
O artigo busca explorar a crítica de Agamben, em seu livro O aberto, à ontologia da vida apresentada por Heidegger no curso do semestre de inverno de 1929/30, intitulado Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude e solidão. Agamben aponta um antropocentrismo implícito na metafísica do ser-aí, que Heidegger apresenta e defende no referido curso. Entretanto, a crítica de Agamben se mostra frágil porque defende que o conflito entre desencobrimento do ente e encobrimento do ser é interno ao homem. Ora, para Heidegger o desencobrimento e o encobrimento constituem a própria a verdade enquanto alétheia, portanto diametralmente oposta à verdade como adequação entre o enunciado e o objeto, o que pressupõe uma subjetividade e, por conseguinte, a metafísica, que a metafísica do ser-aí busca superar. Pretende-se, então, demonstrar como aí já começa a se configurar a correlação entre verdade e natureza, que, entendidas no sentido grego, segundo Heidegger, são pré-metafísicas, ou seja, a natureza constitui-se tanto da totalidade de entes como do ente enquanto tal e se desencobre ao mesmo tempo em que encobre na verdade, que por sua vez é um fenômeno e antecede toda e qualquer conceituação. Nesse caso, o mistério do ser se apresentará ulteriormente como encobrimento do ente em sua totalidade, que é co-originário ao desencobrimento do ente enquanto tal. Nesse caso, busca-se primeiro uma aproximação entre o mistério da vida e o mistério do ser, seguida de uma demonstração de como este último, por ser o encobrimento do ente no todo (physis no sentido amplo), engloba a vida como um todo.
Palavras-chave: Humanidade; Animalidade; Vida nua; Abertura; Mistério.
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